10.3.5.5 O uso dos diferentes tempos no congiuntivo
Nós já vimos que há várias tempos no congiuntivo. (Não é surpresa, claro, também há vários em português.)
congiuntivo
presente
imperfetto
passato prossimo
trapassato prossimo
io arrivi...
io arrivassi...
io sia arrivato...
io fossi arrivato...
io compri...
io comprassi...
io abbia comprato...
io avessi comprato...
Há tantos tempos, porque o subjuntivo / congiuntivo aparece sempre em frases subordinadas e, portanto, deve-se colocar as ações descritas pelo verbo no subjuntivo na ordem cronológica correta, em outras palavras, deve-se esclarecer se os eventos descritos no subjuntivo ocorreram antes, ao mesmo tempo ou depois de serem imaginados. Vejamos estes exemplos.
a) Espero que ele venha. (Ele espera por ele, enquanto outra pessoa vem (ou não vem).
b) Espero que ele tenha vindo. (Ele espera, que outro já tenha chegado, isto é, antes de o esperar).
c) Espero que ele venha. (Ele espera que outra pessoa venha no futuro).
Como podemos ver, o português, ao contrário do italiano, como veremos mais adiante, não consegue distinguir, pelo menos não através do verbo, entre simultaneidade (a) e posterioridade (b). Em outras palavras, em português deve-se, se for importante, especificar com um complemento circunstancial de tempo: Espero que ele venha no próximo ano. Vejamos abaixo que o italiano pode distinguir e faz isso de uma forma que surpreende qualquer falante de outra língua românica. A mesma situação que temos no presente, temos, obviamente, também no passado.
a) Eu estava à espera que ele viesse. (Ele estava à espera, enquanto outra pessoa vinha (ou não vinha).
b) Eu esperava que ele tivesse vindo. (Ele estava esperando a chegada de outra pessoa, ou seja, antes de esperar por ele).
c) Ele estava à espera que ele viesse (Ele estava à espera que outra pessoa viesse no futuro, visto de um ponto de vista do passado).
Vemos, portanto, que estes quatro tempos são muito úteis, se quisermos colocar as ações descritas pelo verbo no subjuntivo na ordem cronológica correta. A lógica não é, aliás, a mesma no discurso indireto, de modo que se pode dizer que o discurso indireto, ao contrário do que se pode ler em toda parte, um fenômeno especial, mas um caso especial da concordância de tempos em geral. O mesmo se aplica se o verbo introdutório exigir o indicativo.
a) Eu digo / Eu acho que está vindo. (Eu digo / penso isso no momento em que o outro está vindo.)
b) Eu digo / eu acho que chegou. ( No momento em que eu digo / penso o isso outro já chegou.)
c) Eu digo / eu acho que viria. (Penso / Digo que o outro vem no futuro.)
E o mesmo se aplica se o verbo introdutório estiver em um tempo do passado.
a) Eu disse / eu pensei que o outro estava vindo. (Eu disse / pensei isso no momento em que o outro estava chegando.)
b) Eu disse / pensei que o outro tinha vindo. (Eu disse / pensei isso no momento em que o outro tinha chegado.)
c) Eu disse / pensei que o outro viria. (Eu disse / pensei que o outro viria no futuro visto do passado.)
Os exemplos mostram a situação em italiano que, à primeira vista, não é diferente do sistema português.
exemplos
Io temo che venga.
Temo que ele venha.
Io temo che sia venuto.
Temo que ele tenha vindo.
Io temei (temevo) che venisse.
Temi (temia) que viesses.
Io temei (temevo) che fosse venuto.
Temi (temia) que tivesse vindo.
Io ho temuto venisse.
Tenho temido que viesses.
Io ho temuto che fosse venuto.
Tenho temido que tenha vindo.
A única coisa a saber é que alguns verbos que requerem o indicativo em português requerem o congiuntivo / subjuntivo em italiano, entre eles o verbo crer / credere e pensar / pensare, ou seja, dois verbos muito frequentes.
exemplo
Io credo che lui venga.
Acho que ele vem.
Io credo che lui sia venuto.
Acho que ele veio.
Io credevo che lui venisse.
Achava que ele chegava.
Io credo che lui fosse venuto.
Acho que ele tinha vindo.
Sin embargo hay una diferencia importante. Como ya acabamos de decir, el portugués no distingue entre simultaneidad y posterioridad, en ambos casos se utiliza el presente de subjuntivo, si el verbo introductorio está en un tiempo de presente o el imperfecto de subjuntivo, si el verbo está en un tiempo del pasado.
En italiano, y esto es la sorpresa,
se puede distinguir entre simultaneidad y posterioridad incluso en el caso de que el verbo introductorio exige el subjuntivo. Incluso en el caso de que el verbo exige el subjuntivo / congiuntivo se puede construir con el condicional I (en el caso de que el verbo introductorio esté en el presente) o con el condicional II (en el caso de que el verbo introductorio este en un tiempo del pasado) para exprimir posterioridad. Todo el sistema lo muestra esta tabla.
La frase introductoria está en presente
presente
conjunción
simultaneidad / posterioridad
anterioridad
che
Credo
Voglio
Temi
Aspettiamo
lui venga / lui verrà
lui capisca / lui capirà
lei dorma / lei dormirà
lei sappia / lei saprà
voi compriate / voi comprate
loro conoscano / loro conosceranno
siano andati
siate venuti
siano partiti
abbiano comprato
abbia conosciuto
abbiate scherzato
La frase introductoria está en el imperfecto
imperfecto
conjunción
simultaneidad / posterioridad
anterioridad
che
Ero sicuro
Dubitavi
Bastava
Pensavamo
Speravate
lei comprasse / lui sarebbe venuto
loro comprassero /
lei avrebbe comprato
tu sappessi /
tu avresti saputo
io comprassi /
loro avrebbero comprato
noi comprassimo / noi avrei comprato