É útil ver que "portanto" descreve a consequência, "porque" a causa. A causa e a consequência são duas faces da mesma moeda. Se construirmos com uma conjunção que descreva a causa, temos de transformar a frase se a construirmos com uma conjunção que descreva a consequência.
Ele nunca tem tempo e, portanto, só come alimentos enlatados.
Ele só come comida enlatada, porque nunca tem tempo.
exemplos
Aveva pochi soldi e perciò non poteva comprare il televisore.
Tinha pouco dinheiro e, por isso, não podia comprar a televisão.
Sono un operaio e per questo non mi ha degnato neanche di un saluto,
cosa ne pensate?
Eu sou um trabalhador e, por isso, ele não me cumprimentou, o que pensa disto?
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Anotação: Já dissemos várias vezes que as noções gramaticais muitas vezes não se ajustam bem à realidade, ou que a realidade é mais complexa do que estas noções sugerem. A conjunção "portanto" também tem algo de pronome, porque não só estabelece uma relação lógica entre dois acontecimentos, mas também representa algo, remete para o conteúdo da frase anterior. Aqueles que não vêem isso na conjunção portuguesa verão isso na conjunção italiana, porque na conjunção italiana correspondente há um pronome incluído (perciò => per ciò / por isso, per questo / por isso). Ciò e questo são indiscutivelmente pronomes, e uma conjunção que inclui um pronome deve ter algo como um pronome. Poder-se-ia, portanto, introduzir uma palavra como uma "conjunção pronominal". Isto seria correcto, embora esta noção não exista.