22.1 Introducción - Verbos irregulares

O facto de existirem verbos irregulares não é realmente divertido, porque temos de os aprender de cor. Um par de notas pode facilitar um pouco a vida. Em primeiro lugar, é útil ver que existem dois tipos de verbos irregulares, ou melhor, dois tipos muito diferentes de verbos são qualificados como verbos irregulares, o que é, como veremos dentro de momentos, um disparate. Há verbos que conhecem uma irregularidade no ESCRITO para ser REGULAR na PRONÚNCIA e há verbos que são realmente irregulares, ou seja, irregulares PRONÚNCIA. O verbo pagar, por exemplo, é irregular na primeira pessoa do singular indefinido (eu paguei). Em outras palavras, é acrescentado um u após o g para que o valor fonético não se altere. Sem o u teríamos "eu pagei" e então este verbo seria realmente irregular, porque seria pronunciado de uma forma completamente diferente, ou seja, a "pag-" radical mudaria e tornar-se-ia "pax-" na pronúncia. Irregular, e fortemente irregular, seria se se escrevesse pagé. Irregular são verbos como decir (eu disse), salir (eu saio) porque sofrem uma mudança na pronúncia do radical. Os verbos que sofrem uma alteração na ortografia para não sofrerem uma na pronúncia não apresentam geralmente qualquer problema, porque, se forem pronunciados regularmente, só devem ser aplicadas as regras gerais de ortografia (o que significa, tomando o nosso exemplo acima, que deve ser acrescentado um u. Esta é a mesma regra que temos sempre, por exemplo, numa palavra como guerra ou guirlanda). Restam os verbos realmente irregulares, aqueles que sofrem uma mudança na pronúncia. Mas se olharmos mais de perto para a coisa, isso não é tão horrível como parece à primeira vista. Em italiano existem mais o menos tantos verbos irregulares como em português, ou seja, cerca de 2000 mil. Mas na irregularidade existe regularidade, ou seja, apesar de existirem 2000 verbos irregulares, existem apenas cerca de 80 modelos de conjugação. Os verbos corrigir e dirigir, por exemplo, são dois verbos irregulares, mas é o mesmo modelo. O g torna-se j.

eu corrijo
eu dirijo

Neste caso, o g torna-se um j, porque ~corrigo e ~dirigo seria pronunciado completamente diferente. Há uma mudança para manter a pronúncia.

É por isso que os livros que pode encontrar no mercado sobre a conjugação, pelo menos sobre a conjugação das línguas românicas, são tão finos. Estes livros apresentam apenas os 80 modelos e no final uma lista de todos os verbos com um número que indica qual modelo de conjugação deve ser utilizado e com um pouco de treino até se pode adivinhar o modelo.

O assunto não é, portanto, assim tão grave. Contudo, também não se trata de um fenómeno trivial. É muito provável que o desaparecimento do passado indefinido em francês, o passé simple, se deva ao facto de ser tão irregular, que acabou por ser demasiado difícil mesmo para os nativos. O mesmo problema surgiu com o subjuntivo (Konjunktiv) em alemão. É tão instável no que diz respeito à sua formação, que está também prestes a desaparecer, e o estado fraco do passato remoto italiano deve-se muito provavelmente também ao facto de que a sua formação ser um pouco complicada.





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