10.1 Introdução congiuntiva |
a) Ele diz que eles não vêm.
b) Ele espera que eles não venham.
Em a) não temos uma atitude subjectiva no que respeita aos factos que conta. Não sabemos se ele teme ou espera que eles venham ou se parece duvidoso que eles venham. Em b) há uma avaliação dos fatos, o orador tem uma atitude positiva em relação aos fatos que conta.
O facto que a lógica básica é a mesma não significa necessariamente que não existam diferenças nos detalhes. Existem, por exemplo, conjunções que requerem o indicativo em italiano, mas o conjuntivo em português.
a) È malato, anche se lo nega. <=> b) Ele está doente, embora o negue.
Em italiano devemos distinguir entre um fato, neste caso se usa o indicativo, e uma situação fictícia, como aqui, que requer o conjuntivo. Em português, o conjuntivo é usado em ambos os casos.
Além disso, o português faz uma distinção muito fina que nenhuma outra língua faz. O português faz a distinção entre uma avaliação subjectiva e uma incerteza objectiva com respeito ao momento em que um evento irá ocorrer. No caso de uma avaliação subjectiva, o português utiliza o presente do conjuntivo e no caso de incerteza objectiva, o futuro do conjuntivo. Algo como o futuro do conjuntivo não existe em nenhuma outra língua. (Pelo menos hoje. Na Idade Média isto existia em espanho.)
a) Eu quero que ele venha. <=> b) Se ele estiver aqui, eu pergunto-lhe.
Em a) temos uma avaliação subjetiva. Em b) não temos uma avaliação subjetiva, mas não está muito claro quando essa pessoa virá. Esta distinção não é feita em italiano.
Mas se deixarmos estes detalhes de lado, o princípio é o mesmo. Em geral, pode-se dizer que o conjuntivo é usado em italiano no mesmo contexto que em português.
Uma curiosidade poderia ser mencionada. O pretérito perfeito composto do indicativo é radicalmente diferente dos tempos verbais em outras linguas românicas que lhe corresponde formalmente, ver prólogo, mas o pretérito perfeito composto do conjuntivo é usado no mesmo contexto que em italiano.
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