12.1 A passiva que descreve o progresso e a passiva que descreve um estado |
a) estado: O carro esta reparado.
b) processo: O carro foi reparado.
Esta é a explicação que se encontra em todas as gramáticas. No entanto, para ver mais claramente a diferença entre a) e b), servem estes criterios.
O processo é obviamente um processo, e o português, como as outras línguas românicas, conhece uma forma gramatical especial para descrever eventos no momento do desenvolvimento, a construção do estar + gerúndio. Portanto, a voz passiva em processo pode ser transformada com uma construção estar + gerúndio. O passivo do estado não pode ser transformado com a construção estar + gerúndio, é o resultado de um processo, mas não o processo.
a) estado: O carro foi reparado => ~ ??
b) processo: O carro foi consertado => Estava-se consertando o carro.
Um processo, obviamente, tem sempre um executor, um estado não tem um executor. No momento de fazer um bolo, tem de haver alguém que o faça. Mas se for feito, não há necessidade de alguém o fazer. E, portanto, só à voz passiva do processo pode ser acrescentado um executor.
a) Estado: O carro esteve reparado => ~~ O carro esteve reparado pelo mecânico.
b) processo: O carro foi reparado => O carro foi reparado pelo mecânico.
O terceiro método para verificar se é um processo ou um estado é tentar transformar a frase em uma frase na passiva reflexiva, ou seja, uma frase como "Se bebeu muito vinho".
a) O carro esteve reparado => ~ ~~ ??
b) O carro foi consertado => Se consertou o carro.
Embora a rotina diária nos impeça em geral de ver os abismos filosóficos, gramaticais e outros, podemos concordar que o português conhece dois tipos de responsabilidades, uma que descreve um processo e outra que descreve um estado, embora seja lógico que não há resultado sem um processo. Isso é a tragedia dos seres humanos: O carro só pode ser reparado se houver alguém que o repara, embora o português tente pular sobre esses abismos existenciais, usando frases como "o bolo se fez em dez minutos", o que sugere que o bolo se fez ele mesmo, isso é errado. Só há bolos se alguém os fizer. Esse é o problema.
Em comparação com este problema existencial, o fato de o italiano não conhecer esta distinção, ou pelo menos não tão claramente, é um problema menor, apesar de existir.
exemplo | ||
La macchina è stata riparata. | ||
O carro esteve reparado. | ||
O carro foi reparado. |
La macchina è stata riparata da lui. |
exemplo | ||
a) La macchina è stata riparata. => O carro foi reparado. | ||
b) La macchina è stata riparata da lui. => O carro foi reparado por ele. |
exemplo | |
O carro foi reparado neste momento. / Neste momento, se reparou o carro. | |
La macchina è stata riparata da lui in questo momento. |
exemplo | ||
La macchina viene riparata da lui in questo momento. Neste momento, ele conserta o carro. |
A construção venire + participio perfeito corresponde à voz passiva portuguesa que se forma com ser ou com a passiva reflexiva (que também, como veremos daqui a pouco, existe em italiano).
Si todo lo dicho hasta ahora le parece demasiado rollo, olvídelo simplemente. La voz pasiva propiamente dicha es tan irrelevante en italiano como en portugués porque ambas lenguas ( y en esto se distinguen de muchas lenguas románicas como por ejemplo del francés y de la gran, gran mayoría de otras lenguas) conocen una alternativa, o se impessoal y o se passivo (vea Il si passivante).
Seus livros vendem-se bem. |
outro exemplo | ||
Os carros são reparados. (Alguém repara os carros). | ||
Si riparano le macchine. |
exemplo | ||
Si mangiano le mele. | ||
Comem-se as maçãs. |
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